O Ministério Público Federal (MPF), tem acusado o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sistematicamente de agir com intenção de prejudicar o meio-ambiente. São tantas denúncias, que a cada 23 dias, em média, o MPF tenta afastá-lo do cargo por entender que ele age com dolo (intenção) e cálculo, contra o ambiente.
É a primeira vez na nossa história que temos no Ministério do Meio Ambiente alguém que usa o cargo, a estrutura e recursos públicos da pasta para acabar com a biodiversidade brasileira, contrariando os interesses e a soberania do povo, destruindo o patrimônio público e colocando em cheque a vida e o futuro do País. Ainda que sejam flagrantes os crimes cometidos pelo garoto de recados das mineradoras, dos garimpeiros e ruralistas, as ações dos procuradores da República vêm encontrando enorme resistência na Justiça.
São peças que reivindicam o imediato afastamento do Ministro, mas Salles já conseguiu adiar julgamentos e viu os processos contra ele serem contestados pela própria Corregedoria do MPF, entre outras medidas controversas (como a demora na citação em processos e erros na na distribuição de recursos, por exemplo). A Justiça, por sua vez, tem se negado até mesmo a julgar os pedidos dos procuradores, revelando que eventuais crimes possam estar sendo escamoteados.
Vale lembrar que, em sua passagem pelo secretariado de Geraldo Alckmin em São Paulo, Ricardo Salles acumulou ao menos uma condenação por fraudes em mapas ambientais. Antes mesmo de ser expulso do Partido Novo, numa tentativa da direção da legenda desvincular sua imagem do governo Bolsonaro, já era público e notório que Ricardo Salles havia fraudado também seu próprio currículo, turbinado com um mestrado inexistente pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Nada disso no entanto parece desagradar o presidente da República, mas ao contrário: cada novo escândalo envolvendo o Exterminador do Futuro (prêmio conferido à Salles por seus crimes ambientais), aumenta seu prestígio nos círculos próximos à família Bolsonaro.
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