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Foto do escritorNilto Tatto

ARTIGO: Quem quer combater a violência nas Escolas?


Foto: Reprodução/Internet

De 2002 pra cá, o Brasil teve registrados 24 ataques em escolas, onde 30 pessoas, a em sua maioria crianças, perderam as vidas. Antes incomuns, este tipo de crime tem aumentado de forma alarmante no Brasil nos últimos anos – foram 9 casos entre o segundo semestre de 2022 e abril de 2023. Os números atestam o nosso fracasso para lidar com uma questão primordial: a formação das crianças e a partir dela, a construção do futuro.

Ainda que avancem propostas de ensino à distância (EAD), ou de reformas do ensino, as escolas são, por essência, lugares de encontro e descoberta do saber, fatores insubstituíveis no processo de formação dos indivíduos, intelectual, emocional, física ou socialmente. O avanço do EAD traria ainda mais prejuízos para uma sociedade que vem perdendo a capacidade de convivência, especialmente no que diz respeito à diversidade - não raro as motivações dos ataques às escolas tem componentes de preconceito, discriminação e bullyng.

Privar crianças do convívio com a diferença, como no Ensino à Distância, por exemplo, seria desastroso, aumentando potencialmente casos de intolerância. Não por acaso, o avanço exponencial de atentados contra escolas acontece exatamente quando mais se propagaram discursos de ódio e Fake News, nas redes sociais ou fora delas. Para chegar nas respostas que queremos, é preciso cortar estes expedientes (Fake News e discursos de ódio) pela raiz, além de escutar a comunidade escolar, pais, alunos e profissionais da Educação, sob o risco da sociedade passar a temer a escola.

Por outro lado, quando o estado corta recursos da educação e trata seus profissionais à ferro e fogo, como fazem as polícias militares no Brasil durante greves e manifestações, estão sistematicamente sabotando a autoridade do professor, a qualidade do ensino e a segurança nas escolas. O mesmo vale para as soluções milagrosas, que aparecem a cada novo atentado – se colocar um policial em cada escola resolvesse o problema, as unidades cívico-militares não teriam sofrido atentados.

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