As eleições deste ano serão as mais polêmicas da história recente. As datas do primeiro e segundo turnos foram adiadas para 15 e 29 de novembro respectivamente; os cuidados para evitar aglomerações já vem impactando nas campanhas e, recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se mostrou preocupado com o provável aumento nas abstenções.
Após o debate na Bandeirantes, o SBT, a Record, a CNN e a RedeTV confirmaram que não promoverão o encontro de candidatos no 1º turno. A rede Globo permanece em dúvida. Mesmo que os debates recentes tenham se caracterizado pela troca de ofensas e monólogos desconexos, ainda é um espaço onde o eleitor pode se aproximar das propostas ou do perfil de cada candidato. Agora nem isso.
Muitos analistas acreditam que as eleições poderão ser decididas pelas redes sociais, mas se fazer conhecido nas redes não é tarefa fácil. O próprio Whatsapp, ferramenta que teve fundamental importância nas eleições de 2018, com envio ilegal de mensagens e notícias falsas, conforme apontamento da CPI das Fake News, limitou o disparo de mensagens para estas eleições. Vale lembrar que boa parte dos brasileiros não tem pleno acesso à internet.
Além disso, o discurso falacioso de que toda a corrupção emana do Estado - aquela ideia que “não adianta votar porque nada irá mudar”, ou que “político é tudo igual”, vem contribuindo para a queda no número de votantes em cada eleição. A intensificação desses processos somada ao medo do Coronavírus, pode levar os índices de abstenção às alturas. Quando a população deixa de se fazer representada, abre espaço para os oportunistas de plantão.
Tudo isso nos faz pensar que o processo eleitoral é fundamental para o exercício da democracia, assim como debater as propostas dos candidatos, mas é preciso fazer um esforço grande para que as pessoas compareçam ao seu local de votação no dia 15 - para que voltem a acreditar que a construção de um Brasil melhor é possível. Do contrário, qualquer mudança se torna ainda mais difícil.
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