Enquanto a política econômica adotada de janeiro pra cá pelo governo Federal começa a dar resultados, estabilizando a economia, controlando a inflação, aumentando o salário mínimo e promovendo um crescimento acima do estimado, é natural que se crie uma expectativa positiva sobre o ente mais rico da Federação. O cenário nacional favoreceria São Paulo quase que naturalmente, não tivesse o governo do Estado adotado uma política estranha aos anseios e demandas do povo paulista.
Em apenas 9 meses, tem sido frequentes problemas em obras de infraestrutura, como do VLT de Santos, além da piora notória da qualidade dos sistemas de transporte público das regiões metropolitanas e até das rodovias estaduais. Recentemente, Tarcisio de Freitas chegou a afastar seu secretário-executivo de agricultura, o mesmo que havia entregue em julho ao Tribunal de Contas, um relatório apontando irregularidades justamente na construção de estradas. Na segurança pública, além da criminalidade e do medo que assolam a população paulista, todos vem acompanhando a multiplicação de episódios trágicos de violência, como a chacina no Guarujá.
A gestão da saúde é outro fracasso retumbante do atual governo, como tem sido o enfrentamento à Cracolândia, problema cuja solução foi uma das promessas de campanha do atual governador. Não vamos nos esquecer do espaço que ocuparam nos meios de comunicação e nas redes sociais, as denúncias na educação. Não foram apenas os contratos celebrados pelo executivo estadual com uma empresa que tem o secretário da pasta como sócio, mas também a qualidade, ou a falta dela, no material didático adquirido pelo governo. O Estado de São Paulo recusou um material de qualidade e sem custo oferecido pelo Ministério da Educação, para adotar um produzido com erros conceituais e ortográficos graves.
É verdade que um período inferior a um ano pode ser pouco para avaliar o sucesso ou fracasso de um governo, mas relembremos mais uma vez, tudo que já foi e vem sendo feito, por exemplo, pelo governo Federal no mesmo período. Nesta perspectiva, não seria incorreto afirmar que distante daquilo que o povo paulista acredita, deseja ou merece, o governo do Estado de São Paulo está deixando o trem passar, quando poderia, mais uma vez, ser a locomotiva.
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